quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Alerta ecológico

A tarefa de fornecer água de boa qualidade onde ela é necessária está se tornando cada vez mais difícil em todo o mundo. Nas últimas décadas, os países têm feito investimentos em infraestrutura para aliviar a escassez, mas até agora, na maioria dos casos, a resposta a essa questão deixou de considerar o problema suscitado pela deterioração que os recursos hídricos vêm sofrendo. Para enfrentar de forma efetiva o problema da crescente crise da água será preciso vincular o seu uso à atenção ao meio ambiente.
Em muitos lugares, mesmo onde a água ainda é abundante, a destruição ambiental tornou caro demais o seu uso. Em outros que desfrutam um bom suprimento de água, ela é usada de maneira imprópria. Cerca de 700 milhões de pessoas em mais de 40 países são afetadas pela escassez. A intromissão humana nos ambientes hídricos é também um problema crescente. Até 2030 a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que 75% da população mundial estará vivendo em áreas costeiras, pondo em risco as terras úmidas que ajudam a limpar o ambiente aquático, além de expor centenas de milhões de pessoas aos riscos relacionados com a água associados às mudanças climáticas.


O desafio é de atender às atuais necessidades de água e implantar, ao mesmo tempo, estratégias inovadoras para tomar em conta as futuras necessidades.
O grupo que mais sofre a escassez de água consiste de 45 países, dos quais 35 são da África, que tem pouca. Mesmo países ricos em água, como o Brasil ou a Tailândia, podem vir a enfrentar deficiência, ao caírem os níveis em represas e de fontes naturais. Os lençóis aquáticos subterrâneos estão cada vez mais ameaçados por exploração excessiva, fluxos ambientais inadequados e contaminação.
Faz-se necessário uma lista de prioridade para o uso da água potável, mas mesmo quando são reconhecidas, tem sido difícil converter tais prioridades em ação. Quando as autoridades se sentam à mesa para negociar a distribuição de água, o meio ambiente fica esquecido. Raramente existe apoio à recuperação de um aquífero em declínio se ainda se pode extrair água dele, à restauração de faixas úmidas protetoras ou à manutenção de um fluxo suficiente num rio, para que a fauna silvestre possa sobreviver e a intrusão salina, ser prevenida. O apoio político à reforma é muitas vezes dificultado por graves lacunas na compreensão da situação hídrica de um país.
Uma maneira de abrir uma janela de oportunidade seria apoiar processos de monitoração que mandam informações relevantes aos interessados públicos e privados. O exemplo do Brasil mostra que, tornando dados de água disponíveis para o público na internet, isso ajuda a aumentar a preocupação dos interessados, o que também ajuda a mobilizar a vontade política necessária para confrontar problemas de águas arraigados.
matéria de Vinod Thomas e Ronald S. Parker, para o Instituto Akatu


3 comentários:

chica disse...

Belo e importante alerta! Basta ser respeitado! bjs,chica

Roselia Bezerra disse...

Boa noite, querida Tetê!
Fico logo imaginando meus netinhos ou bisnetinhos... oxalá tenham água!
Bjm muito fraterno

Anete disse...

Post ótimo! Vamos fazer a nossa parte e ALERTAR é importante!!
Das férias, um abração...