quarta-feira, 6 de julho de 2016

Consumismo insustentável

O consumismo pode ser definido como “uma orientação cultural que leva as pessoas a encontrar sentido, felicidade e aceitação por aquilo que consomem”. Em outras palavras, é muito difícil que as pessoas mudem seu comportamento em relação ao consumo, mas isso é absolutamente necessário.
Em 2006 as pessoas no mundo todo consumiram US$ 30,5 trilhões em bens e serviços, 28% a mais do que dez anos antes. Além das despesas com itens básicos, como comida e moradia, as pessoas gastam mais em bens de consumo conforme aumenta a renda. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente - enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, em que o consumismo é dominante, foram responsáveis por 78% dos gastos mundiais em bens e serviços, mas contam com apenas 16% da população mundial. Somente os americanos, com 5% da população mundial, ficaram com uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. A pior notícia é que, nem mesmo um padrão de consumo médio equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente os atuais 6,8 bilhões de habitantes do planeta. Tamanha voracidade sobre os recursos naturais do planeta são evidentemente insustentáveis.
Sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Fátima Cardoso, do Instituto Akatu


2 comentários:

Anete disse...

O consumismo desenfreado é terrível! Um texto oportuno, Tetê.
Penso que devemos consumir o necessário p uma vida digna, sem esbanjamento...
Um bj

chica disse...

Um consumismo assim, age como uma praga. Sem que as pessoas se deem por conta ele vai se alastrando cada vez mais e as pessoas só parecem ver e pensar em cifrões.Pena! bjs, tudo de bom,chica