A tarefa de fornecer água de
boa qualidade onde ela é necessária está se tornando cada vez mais difícil em
todo o mundo. Nas últimas décadas, os países têm feito investimentos em
infraestrutura para aliviar a escassez, mas até agora, na maioria dos casos, a
resposta a essa questão deixou de considerar o problema suscitado pela
deterioração que os recursos hídricos vêm sofrendo. Para enfrentar de forma
efetiva o problema da crescente crise da água será preciso vincular o seu uso à
atenção ao meio ambiente.
Em muitos lugares, mesmo onde a
água ainda é abundante, a destruição ambiental tornou caro demais o seu uso. Em
outros que desfrutam um bom suprimento de água, ela é usada de maneira
imprópria. Cerca de 700 milhões de pessoas em mais de 40 países são afetadas
pela escassez. A intromissão humana nos ambientes hídricos é também um problema
crescente. Até 2030 a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que 75% da
população mundial estará vivendo em áreas costeiras, pondo em risco as terras
úmidas que ajudam a limpar o ambiente aquático, além de expor centenas de
milhões de pessoas aos riscos relacionados com a água associados às mudanças
climáticas.
O desafio é de atender às
atuais necessidades de água e implantar, ao mesmo tempo, estratégias inovadoras
para tomar em conta as futuras necessidades.
O grupo que mais sofre a
escassez de água consiste de 45 países, dos quais 35 são da África, que tem
pouca. Mesmo países ricos em água, como o Brasil ou a Tailândia, podem vir a
enfrentar deficiência, ao caírem os níveis em represas e de fontes naturais. Os
lençóis aquáticos subterrâneos estão cada vez mais ameaçados por exploração
excessiva, fluxos ambientais inadequados e contaminação.
Faz-se necessário uma lista de
prioridade para o uso da água potável, mas mesmo quando são reconhecidas, tem
sido difícil converter tais prioridades em ação. Quando as autoridades se
sentam à mesa para negociar a distribuição de água, o meio ambiente fica
esquecido. Raramente existe apoio à recuperação de um aquífero em declínio se
ainda se pode extrair água dele, à restauração de faixas úmidas protetoras ou à
manutenção de um fluxo suficiente num rio, para que a fauna silvestre possa
sobreviver e a intrusão salina, ser prevenida. O apoio político à reforma é
muitas vezes dificultado por graves lacunas na compreensão da situação hídrica
de um país.
Uma maneira de abrir uma janela
de oportunidade seria apoiar processos de monitoração que mandam informações
relevantes aos interessados públicos e privados. O exemplo do Brasil mostra
que, tornando dados de água disponíveis para o público na internet, isso ajuda
a aumentar a preocupação dos interessados, o que também ajuda a mobilizar a
vontade política necessária para confrontar problemas de águas arraigados.
matéria
de Vinod Thomas e Ronald S. Parker, para o Instituto Akatu
3 comentários:
Belo e importante alerta! Basta ser respeitado! bjs,chica
Boa noite, querida Tetê!
Fico logo imaginando meus netinhos ou bisnetinhos... oxalá tenham água!
Bjm muito fraterno
Post ótimo! Vamos fazer a nossa parte e ALERTAR é importante!!
Das férias, um abração...
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