Minha pátria é minha língua

“Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê” - este letreiro, próximo de uma livraria no centro do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, marcou a minha infância. Meu pai repetia que conhecer a nossa língua escrita e falada era caminho para a comunicação, sem a qual não havia possibilidade de felicidade.

O “reclame” não existe mais e ali perto, até que o tempo apagasse, foi inscrita uma outra frase que também faz pensar, ao lado do desenho de um boneco preso a uma cadeira: “Não penso, não existo, só assisto”. Era uma crítica aos milhões que abandonaram a operação intelectual da leitura e da escrita para só olhar o mundo através da telinha da televisão.

21 de maio é o Dia da Língua Nacional: dizer a boa palavra, com o sotaque da solidariedade e no tom da busca da educação pública e de qualidade, é fundamental para construirmos um país soberano e justo para com todos os seus filhos. 

Chico Alencar